18 de ago. de 2009

O que é moral ?


O que vem a ser a moral ? Posso começar com essa pergunta e provavelmente vou obter, tantas respostas, quantas são as pessoas aqui nessa assembléia.

O que é Imoral ? E o que é Amoral ? A pergunta do que vem a ser imoral, é exatamente o contrário do conceito de moral, e Amoral é a negação, mas também pode-se dizer, “aquele que não tem senso de moral”.

Sempre que se fala em moral, temos uma série de apontamentos voltados para estes ou aqueles hábitos, costumes os mais diversos. Há relações de coisas que dizem respeito à vida individual, com destaque para aconselhamentos sobre como comportar-se sexualmente, não fumar, não beber, não participar desse ou daquele festejo...

Mas será que as virtudes morais ou vícios morais, se resumem a apenas isso ? Se sim, a nossa vida enquanto encarnados, seria deveras simplória.

Jesus Cristo, não se preocupou com esses comportamentos, ele tratou os vícios da alma daqueles que encontravam-se a sua volta e o próprio budismo ( apesar de não crer num ser divino) tem princípios semelhantes.

No "Livro dos Espíritos", no Capítulo "Da perfeição moral", também não são estas questões que foram priorizadas - ali se fala de vício em termos de apego aos bens materiais, caracteriza-se o egoísmo com o maior dos vícios e destaca-se o amor ao próximo como a maior virtude.

Já em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", há o apontamento de que A Verdadeira Moral é a Lei do Amor.

Não estaremos nós fomentando a formação de novos fariseus? Jesus, que se adiantou a todos os compêndios psicológicos que viriam no correr dos tempos, chamou atenção para o fato de quem busca tirar o argueiro do olho do outro é o mesmo que se esquece de tirar a trava que está no seu.

Que coisa mais profunda! Jesus falava de Projeção, fenômeno psicológico no qual a pessoa esconde-se de si mesma na visão condenatória do outro.

Outro fenômeno psicológico muito comum no ser humano é o processo de fuga. Ele consiste no desvio da atenção de algo essencial para algo secundário. É uma forma de a pessoa enganar a si mesma. Deixa de fazer o essencial, que se lhe afigura muito difícil. E envolve-se no secundário como uma fixação.

Já analisamos como é difícil de vivenciar a Verdadeira Moral? Isso começa pelo próprio lar, onde nos defrontamos com sintonias e distonias. E buscar uma convivência harmoniosa mais constante nem sempre tem a abertura necessária.

Na pergunta 903 ( L.E.), tem uma pergunta muito pertinente aos nossos dias, “Há culpa em estudar os defeitos dos outros? E a resposta é bastante clara: “Se é para fazer a crítica ‘apontar o dedo para o outro’ e divulgar, existe sim a culpa, pois é faltar com a caridade.”E nos a diverte que, antes de cometermos a falta de caridade para com o outro, veja se nós mesmos não possuímos tais defeitos, mas não basta só falar “verborragia”, para ser melhor que o outro, pois isso seria tão pernicioso quanto o simples fato de apontar o dedo.

E aquele que torna-se “virtuoso” aos olhos dos Homens, pensando que vai ter uma existência melhor quando voltar ao mundo dos espíritos ? A resposta é! Depende: Se ele esta fazendo isso com a intenção de trocar a vida virtuosa na Terra por um “lote” na frente de Deus ou em uma colônia mais “bonitinha”, esta se enganando, pois a prática da virtude, deve ser acima de tudo, praticada com desinteresse.

No trânsito, no relacionamento com estranhos, na própria casa espírita, como vão nossas vivências de fraternidade? Quantos de nós paramos para praticar a escuta do nosso irmão? A prática da escuta dos familiares? Sem o olhar de crítica ou de censura!

Ah! E os chamados, considerados ou mesmo declarados inimigos? Eis aqui a prova de fogo. Há em nós um pensamento, um sentimento sincero de abertura para a não exaltação de nossas mágoas, no mínimo? Sim, porque falar de perdão e perdão incondicional... bom... se já nos saímos bem nessa, então é praticamente certo que praticamos a Moral Espírita...

Mas, se ainda estamos muito fixados na preocupação com determinadas listinhas de "bom comportamento", então está aceso o sinal amarelo, quem sabe o vermelho...

Deixo a pergunta para que vocês respondam: Queremos fuga ou transformações estruturais em nosso ser?

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