
Uma História Severina (2004)
Um documentário baseado na luta de Severina, que tem uma gravidez anencéfala e do seu martírio em busca de uma solução para a sua angústia.
Uma odisseia de 7 meses, vividos por Severina e seu marido, uma verdadeira peregrinação, entre o poder judiciário, hospitais, ongs de direitos da mulher, sendo tratada como um objeto, sorrisos vazios e por que não dizer sem nenhuma dignidade. Ter que ver a serenidade dela, gravida de 7 meses, onde a criança no seu ventre sem vida. Devido há uma má formação genética, o feto foi formado sem o cérebro.
Na anencefalia, o defeito começa a se desenvolver no inicio da vida intra-uterina, a palavra que significa “sem encéfalo” sendo encéfalo o conjunto de órgãos do sistema nervoso central contidos na caixa craniana, enfim o que falta é o cérebro com seus hemisférios e o cerebelo.
Ela a mãe, foi amparada por medidas legais que garantissem o abortamento do feto, só que, no nosso ordenamento legal, é expressamente proibido o aborto, salvo no caso de estupro e de eminente risco da gestante. O pleito chegou até a nossa mais alta corte, e no STF, podemos ver discussões acaloradas, pro é contra a interrupção da gravidez de Severina.
Agora, o documentário tem momentos importantes para mim, é o momento que o ministro César Peluso, diz: “ ...O sofrimento não é condição de perda da dignidade humana...”, ele se coloca nesse momento, como o Deus do antigo testamento, colocando-se acima do BEM e do MAL, sem o mínimo de bom senso para olhar, para aquela mãe, que tem o seu filho no ventre, sem nenhuma expectativa de vida, e se “lixando” para a perda substancial na vida daquela Severina.
Um outro momento, é quando ela esta comprando uma roupinha, a vendedora sorridente, chega até a mãe, para oferecer roupinhas para recém nascidos, e escuta dela, é só isso mesmo, que ele não vai viver, podemos ver a expressão da vendedora “desmoronar” imediatamente e a cena é cortada.
A última cena marcante, é quando o médico explica para ela que, não tem anestesistas para fazerem uma peridural ou raquiana, para aliviar a dor do parto, e ela passa por mais de 40 horas em trabalho de parto, andando pelos corredores, sentido não a dor da vida, mas sentindo toda a dor da morte do filho ainda não nascido. E uma vez nascido podemos ver toda a angústia sendo posta para fora, em um choro pelo filho perdido.
Se nós somos ditos pessoas de bem, temos agora que questionar todos os nossos pontos de vista, paradigmas, conceitos e principalmente quem colocamos lá no poder, pois, são esses cristais duros que chamamos de regras legais e morais, que levam tantos ao sofrimento impar sem a menor benevolência. Aonde esta a nossa humanidade ? Nos bolsos, no chão, na latrina ? Ela esta em qual quer lugar, menos onde deveria estar, dentro de nós.
Uma odisseia de 7 meses, vividos por Severina e seu marido, uma verdadeira peregrinação, entre o poder judiciário, hospitais, ongs de direitos da mulher, sendo tratada como um objeto, sorrisos vazios e por que não dizer sem nenhuma dignidade. Ter que ver a serenidade dela, gravida de 7 meses, onde a criança no seu ventre sem vida. Devido há uma má formação genética, o feto foi formado sem o cérebro.
Na anencefalia, o defeito começa a se desenvolver no inicio da vida intra-uterina, a palavra que significa “sem encéfalo” sendo encéfalo o conjunto de órgãos do sistema nervoso central contidos na caixa craniana, enfim o que falta é o cérebro com seus hemisférios e o cerebelo.
Ela a mãe, foi amparada por medidas legais que garantissem o abortamento do feto, só que, no nosso ordenamento legal, é expressamente proibido o aborto, salvo no caso de estupro e de eminente risco da gestante. O pleito chegou até a nossa mais alta corte, e no STF, podemos ver discussões acaloradas, pro é contra a interrupção da gravidez de Severina.
Agora, o documentário tem momentos importantes para mim, é o momento que o ministro César Peluso, diz: “ ...O sofrimento não é condição de perda da dignidade humana...”, ele se coloca nesse momento, como o Deus do antigo testamento, colocando-se acima do BEM e do MAL, sem o mínimo de bom senso para olhar, para aquela mãe, que tem o seu filho no ventre, sem nenhuma expectativa de vida, e se “lixando” para a perda substancial na vida daquela Severina.
Um outro momento, é quando ela esta comprando uma roupinha, a vendedora sorridente, chega até a mãe, para oferecer roupinhas para recém nascidos, e escuta dela, é só isso mesmo, que ele não vai viver, podemos ver a expressão da vendedora “desmoronar” imediatamente e a cena é cortada.
A última cena marcante, é quando o médico explica para ela que, não tem anestesistas para fazerem uma peridural ou raquiana, para aliviar a dor do parto, e ela passa por mais de 40 horas em trabalho de parto, andando pelos corredores, sentido não a dor da vida, mas sentindo toda a dor da morte do filho ainda não nascido. E uma vez nascido podemos ver toda a angústia sendo posta para fora, em um choro pelo filho perdido.
Se nós somos ditos pessoas de bem, temos agora que questionar todos os nossos pontos de vista, paradigmas, conceitos e principalmente quem colocamos lá no poder, pois, são esses cristais duros que chamamos de regras legais e morais, que levam tantos ao sofrimento impar sem a menor benevolência. Aonde esta a nossa humanidade ? Nos bolsos, no chão, na latrina ? Ela esta em qual quer lugar, menos onde deveria estar, dentro de nós.
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