13 de ago. de 2010

Zona de GUERRA sem GUERRA





Oi gente, o assunto de hoje é de uma seriedade impar, não é um tema filosófico, antropológico ou espiritual. É sobre a ZONA de GUERRA que encontra-se na mata sul do nosso estado, é sim uma zona de guerra, só que sem corpos mutilidados, jogados em covas razas ou largados pelo meio das ruas, não tem carro bomba.
Estive lá, em loco para poder ajudar com a maior das ferramentas, a solidariedade. Quando falo em zona de guerra sem corpos, isso falo em stricto senso, pois lato senso, existe uma grande quantidade de corpos mutilados pela DESESPERANÇA, VIDAS E HISTÓRIAS COMPLETAMENTE CEIFADAS PELAS ÁGUAS. Essas pessoas, que agora vivem amontoadas umas sobre as outras, vivendo e convivendo em ambientes como salas de aulas, maternidade desativada e até onde era o necrotério, sem as mínimas condições de vida. Lixo e insetos misturados com, homens, mulheres, crianças e recém nascidos.

Essa foto acima, representa uma ex-pequena vila de casas e essa que esta na foto, a construção esta, pela metade, todo o resto foi levado pela força da água.

É triste ver o seu humano ser reduzido a entulho. Mas é assim que eles estão hoje. Entulho, não que estejam em completo abando, mas que, por infelicidade ninguém estava preparado para uma catrástrofe dessa, os governos (Fed.Est e Mun.), estão fazendo o que podem. Vi e quis acreditar, fiquei ao lado de uma casa de 1º andar, onde a MANCHA de LAMA estava perto do teto do 1º pavimento e do outro lado da rua, apenas escombros do que eram casas.
Como eu disse, estive lá com um grupo de abnegados voluntários, para poder fazer algo, mesmo o algo sendo pouco, para eles é muito. Teve atividades para crianças, jovens, limpeza e atendimento aos feridos (ferimentos de GUERRA), mas o pior de tudo é a experiencia pós traumática dos sobreviventes.
Amigos, faço um apelo: Doem carinho, amor e solidariedade para aqueles que perderam tudo, e garanto duas coisas; 1 vocês vão ficar chocados com as cenas e 2 vão tornar-se seres humanos melhores.


Por trás deste cidadão estão os escombros de um bairro inteiro, lá atrás não é areia, são ESCOMBROS sim.

Vamos contribuir, obrigado e até a próxima...

9 de ago. de 2010

Fugir da Morte não é difícil...


Na explicação da morte vejo razão em dois lados. É claro que não existe vida depois da morte, ao menos não da maneira como a nossa realidade atual concebe. A morte sempre é trágica, choca a qualquer um, é uma separação dolorosa, porém, adormecer na morte é comum a qualquer ser vivente. A boa explicação deste fato está nas palavras de Sócrates, que pouco antes de sua morte teria dito: "Fugir a morte não é difícil. Bem mais difícil é fugir a maldade, pois mais célere que a morte é a malvadez. Temer a morte é acreditar ser sábio e não sê-lo, posto que seja acreditar saber aquilo que não se sabe. Além do que, ela só pode significar: ou aquele que morre é reduzido ao nada, como uma longa noite de sono sem sonhos ou é a passagem daqui para um outro lugar, e, se é verdade, como se diz, que todos os mortos ai se reúnem; pode-se imaginar maior bem? Mas eis a hora de partirmos, eu para a morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo, ninguém sabe, exceto o deus."

O egípcio já desenvolvera uma noção de vida após a morte evidentes nas sepulturas neolíticas, em Tasa, Médio-Egito. Esta vida seria uma imitação da vida material que a mente humana tenta perpetuar. A idéia é evidente pela maneira como os mortos eram enterrados e pelos utensílios que o acompanham. Estes rituais antigos demonstram a preocupação do homem para explicar as mais intrigantes perguntas a serem dadas paras questões do por que e para que estamos aqui.

Na bíblia judáico-cristã encontra-se o seguinte: "os vivos ao menos sabem que vão morrer, enquanto os mortos não sabem nada, nem recebem salário, pois sua lembrança cai no esquecimento. Acabaram-se seus amores, ódios e paixões, e jamais tomarão parte no que se faz debaixo do sol"; "desfruta a vida com a mulher que amas, todos os dias que dure a tua vida fugaz que Ele te concedeu debaixo do sol, os anos todos de tua vida efêmera; pois essa é tua porção na vida e no trabalho com que afadigas debaixo do sol"; "tudo o que está ao teu alcance faze-o com esmero, pois não se trabalha nem se planeja, não há conhecer nem saber no xeol (sepultura) para onde vais.", Eclesiastes 9:5-10; "disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida." Quem crê em mim, ainda que morra, viverá". João 11:25.

A ansiedade, resultante da consciência da morte, faz o homem preocupar-se com o que pode acontecer após a morte. A crença na imortalidade, na vida depois da morte bem ilustra o quanto o homem se recusa a encarar o fim, ansiando por uma oportunidade eterna de vida. Esta é a razão que desde os primórdios da civilização humana exista preocupação de buscar abrigo na fé religiosa para aplacar este medo do desconhecido. Karl Jaspers disse que "existe algo em nós que não se pode crer suscetível de destruição".

Farias Brito afirmou que "se o espírito é... A 'coisa em si' e o ser verdadeiro de todas as coisas, logo se compreende que não será possível chegar a legitima interpretação do verdadeiro sentido da existência, senão pela noção do espírito", então, a felicidade está no reconhecimento da própria realidade espiritual. Mas reconheceu que esta é uma tarefa árdua e considerou que liberdade e felicidade não é uma dádiva da natureza, mas uma conquista individual resultante do conhecimento próprio onde "cada um é a todo o momento criação de si mesmo". E considerou que "para descobrir a alma, o único meio eficaz consiste em interrogar a consciência, na qual existe o símbolo vivo da existência verdadeira. Procurar a alma fora da consciência é negá-la, e em verdade a alma só pode ser encontrada no fundo da consciência".

Existem duas maneiras de abordar a questão - E ambas estão corretas:

1. A morte é o fim, o vazio, o sono eterno - Esta é a visão do homem material.

2. Existe transcendência para um plano espiritual, que a alma passa para um nível diferente e desconhecido - É a visão do homem espiritualista.

Qual das duas visões é a menos dolorosa? Certamente é o exemplificado pelos antigos rituais de sepultamento dos mortos, onde a morte era associada com a crença numa vida após a morte; isto trás alento ao sofrimento daquele que remanesce vivo. Sem a visão espiritualista o homem não é completo, pois sofre muito mais com a realidade da morte que o acometerá ao final de sua existência.

Na Maçonaria, fugir a morte não é difícil, pois lá se procura desenvolver o homem espiritual que existe dentro de cada um, isto torna as coisas mais fáceis, mais doces, leva o indivíduo a tornar-se mais tenro, tolerante e maleável. A cada iniciação o maçom morre simbolicamente para uma situação anterior, de modo que possa viver uma nova vida num nível mais elevado dali em diante. É o treinamento para aceitar a morte como algo natural e deduzir desta experiência a importância de aprender a morrer bem para viver sempre melhor. Tal desenvolvimento afasta do costume de escamotear a morte, em resultado da dificuldade que sente em lidar com ela, e aproxima mais da possibilidade de incrementar a capacidade do maçom de lidar com a vida, ajudando-o a discernir se a sua vida é, ou não, autêntica.